Agora que a justiça alemã e as redes sociais obrigaram a grande mídia brasileira a romper a blindagem, tratando como “ novidade” o antigo caso da Siemens e do governo de São Paulo, republico texto que saiu no dia 5 de Julho de 2009, no jornal Ótimo de Canoinhas e no site www.observadordaqualidade.com.br.
Na virada do século 18 para o 19 a corrupção era apontada como o mais grave problema da política americana. O historiador Joel Horowitz, da Saint Bonaventure University, em Nova York, diz que os Estados Unidos reverteram o quadro, entre outras medidas, por meio de implacável cobertura da imprensa de casos de corrupção. A informação está na edição 2095, de 14.01.09, da revista Veja.
Aqui no Brasil, a esperança de que isto aconteça é muito pequena. A “implacável cobertura” só atinge quem não comunga do pensamento único vigente hoje na grande mídia. Se alguém com este perfil é acusado de algo, o fato rende manchetes, matérias de capa, com repercussão nos principais noticiários de televisão, rádios, e por aí vai. Por vários dias. Pode ser até um vizinho do primo do compadre do assessor de algum político que não compartilha dos “ideais” da grande imprensa. É culpado até que prove o contrário.
No entanto, quando outro político, desta feita do lado deles, é apanhado com a mão na cumbuca, a cobertura é bem mais suave.
Nota atual: A propósito, não posso deixar de lembrar que quem desmascarou o Ricardo Teixeira e o João Havelange não foi nenhum jornalista brasileiro, mas um inglês. E que quem quer colocar o Paulo Maluf na cadeia não é a justiça brasileira, mas a americana. No primeiro caso, é possível supor os motivos. Já o segundo, nos propicia uma boa reflexão.